Poesia, Contos e Cultura Popular
Iniciamos este espaço do Garopaba Jornal fazendo uma homenagem ao Maurício " Moriço" dos Passos, o pescador-poeta. Talento nato para poesia, Moriço não aprendeu a escrever, mas isso não foi limite para suas rimas. Com a ajuda de Fernando Bittencourt, que gravou e transcreveu seus versos, temos o livro "Versos do Moriço", uma pérola produzida da mais genuína cultura popular local.
Estreando também está um olhar de quem nasceu fora de nossa cidade e a adotou com o coração de poeta. Humberto Fonseca pode ser vistos, como o Moriço, pelas ruas da cidade a agitar a cultura popular. Confira abaixo:
trecho de poesia do Moriço.
" Eu vivo em Garopaba
Natural desse lugar
Pois nunca aprendi a ler
Por isso vivo a pescar
o que trago para comer
É um Presente do Mar."
A nova poesia de SheideLuz.
Serpente Solar...
Vibra, vibra vibra coração
Naluz dessa união
como caos e ordem vivo
intensamente aquilo que eu sinto
me entrego, corro riscos
e aprendo a renascer
confiante no meu ser
A deusa me conduza
pelas àguas claras da verdade
mostra-me que o fluxo nunca para
e que tudo termina pra recomeçar.
SheideLuz Chiccan Uuk
Garopaba
Esplendor,
Luz intelectual,
Derrama sobre mim,
A força de Deus,
Abrigo-me no parecer oculto.
Meus passos,
Cruzam terrenos,
Lápides.
Também sou tudo que está a minha volta.
O processo rimático,
Sincopado,
É o caminho do poeta.
Não anuncio,
Não faço projetos,
Não faço propostas.
Homem da vida,
Ileso da robótica.
Sou do campo, da cidade,
Morro, viela, esquina,
Porteiro da saudade.
Em vilas, cidadelas,
Metrópoles, favelas...
Verso o soneto,
Sem ter poetisa.
Sou fogo, não palha,
Sou destino, não anedota,
Sou voz, sentido,
Palavra.
Caminhando no mesmo processo.
Sem luz,
Sem holofotes,
Sou forte, mesmo na escuridão.
Não suporto níveis rasos,
Tampouco alturas substanciais.
Afinal, não somos carne humana de um só criador?
Vedes há quanto tempo o macaco não mais evoluí?
O todo poderoso,
Faz-nos Ouvidor,
Na pura Ferrugem,
Quem Vigia,
A Gamboa,
Sobre a Barra,
Da Silveira,
Nas areias do Siriú?
Sinto Preguiça,
Na Praia Vermelha,
Não estou em pouso, pousada,
O que queres tu de mim,
Pois de ti não quero nada...
GAROPABA!
Humberto Fonseca